domingo, 1 de maio de 2011

UFC 129 - Análise


O UFC 129 foi, em números, o maior evento da história do Ultimate Fighting Championship.
55 mil ingressos vendidos e uma arrecadação, só com venda de ingressos, de US$ 12 milhões. Não é de hoje que o UFC figura entre os exemplos de gestão no esporte. A cada evento ele se supera em números e fazendo de suas lutas verdadeiros shows de entretenimento mundial.

Se nos números o UFC 129 impressionou, dentro do octógono também. Um excelente card principal, duas defesas de cinturão, o adeus de uma lenda do MMA e a certeza de que o público não se seguraria em suas cadeiras. Curiosamente, a luta mais morna da noite foi justamente do grande astro George Saint Pierre. GSP é um astro no Canadá, seu país de origem e criou grande expectativa com mais esta defesa de cinturão.

Vamos as análises dentro do octógono:



O duelo pelo cinturão dos meio-médios foi polêmico. Não, desta vez não foram os juízes do UFC que criaram a polêmica. Desta vez a polêmica foi criada pelos fãs do UFC. E a polêmica é: “Por que as lutas de GSP ficaram tão monótonas, tão chatas?”

Entendo que a grande maioria dos fãs do UFC, e me incluo nessa, preferem um nocaute a uma finalização ou uma decisão por pontos. GSP não nocauteia um adversário desde 2009 quando nocauteou BJ Penn. São 4 lutas sem nocaute, apenas vencendo por decisão unânime. Mas a supremacia do campeão dos meio-médios é inegável em sua categoria.
A luta começou apenas com GSP impondo seu jogo a Shields mantendo a distância com jebs e mais jebs. O americano parecia preso, sem muita pressão em seus golpes, talvez sentindo o peso de uma disputa de cinturão na casa do adversário. No 3º round, GSP acertou um belíssimo chute alto em Shields que logo correu para a perna do campeão para se salvar de um possível nocaute. No 4º round Shields começou a acertar alguns bons jebs em GSP, abrindo um corte no nariz do campeão. No 5º e último round, Shields acertou um belo direto de direita no campeão. GSP saiu do combate bem castigado no rosto, mas com a posse do cinturão da categoria vencendo o combate por decisão unânime.
Parece que GSP está trocando o punch de seu nocaute pela estratégia dos pontos.


Um show de muay thai do brasileiro. José Aldo entrou determinado a mostrar para os fãs do UFC quem era o campeão dos penas. Com a distância exata de seu oponente e chutando demais, Aldo abriu vantagem nos 4 primeiros rounds. No 4º round o brasileiro acertou uma cotovelada no canto direito da testa do canadense logo criando um galo de proporção assustadora. Depois de ser avaliado pelo médico do UFC, Horminick voltou para o 5º round. Decisão errada no meu ponto de vista. A integridade do atleta estava ameaçada com aquele ferimento. O juiz Big Jhon, que voltava ao UFC depois de anos, poderia ter interrompido a luta. E curiosamente o 5º round foi o melhor do canadense, conseguindo conectar bem seus golpes, botando o brasileiro para baixo e trabalhando bem o ground pound. Aldo sentiu os golpes, mas naquela altura já estava com a vitória nas mãos e sustentou bem até o soar final do gongo.



Prazer fãs do UFC. Eu sou José Aldo, campeão da categoria pena do UFC e flamenguista.


Quando a porta do octógono se fechou no início da luta seria a última vez que isto acontecia para uma lenda do MMA, Randy Couture. A despedida do “The Natural” emocionou os fãs do esporte.
E emoção foi o que não faltou neste duelo histórico. Lyoto, pressionado pelos fãs e pelo evento, precisava de uma vitória contundente sobre Couture. E ela veio de uma forma brilhante! Com uma linda finta de mãos e pernas, Lyoto abriu a guarda do americano e soltou um dos chutes frontais mais belos da história do UFC. Tão logo Couture foi à lona, começaram as comparações com o golpe que Anderson Silva nocauteou Vitor Belfort.
Ao velho Couture o sentimento de dever cumprido com sua bela carreira. Ao novo Lyoto o sentimento de dever cumprido com seu belo nocaute. Aos fãs e UFC o sentimento de que Lyoto “The Dragon” Machida é animal!



Apenas um comentário sobre o combate: Diretaço de Matyushenko e fim de papo em apenas 20 segundos de luta.


A luta que tinha tudo para se resolver no chão, haja vista os bons jogos de jiu-jitsu que ambos lutadores possuem, se resolveu em pé.
Ben Herderson conectou excelentes golpes de pé, mostrando um boxe bem afiado contra o jogo amarrado do canadense. E esses golpes foram preponderante para sua vitória por decisão unânime na primeira luta da noite no card principal.
Ben Herderson é um lutador talentoso que tem tudo para se dar bem no UFC. O ex WEC estreou bem no evento e pode ser uma grata surpresa na já lotada de bons lutadores categoria leve.

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